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Proteção contra choques elétricos – Proteção básica e supletiva

Agora que já sabemos a definição de choque elétrico, e sabemos seus riscos, podemos começar a compreender melhor a NBR 5410.

A NBR 5410 trata a proteção contra choques elétricos no item 5.1, e seu texto resume toda a filosofia de proteção em duas premissas:

·         partes vivas perigosas não devem ser acessíveis; e

·         massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo, seja em condições normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as tornem acidentalmente vivas.

Notem que no texto da norma é expresso nos dois itens o termo “perigo”, o que creio ser importante esclarecer. Segundo a definição da NR-10, perigo é situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou dano à saúde das pessoas por  ausência de medidas de controle.

Ou seja, a preocupação é com o risco à saúde das pessoas, portanto situações que se enquadrem nas zonas 3 e 4, apresentadas em Proteção Contra Choques Elétricos – Introdução, não devem ser acessíveis. Obviamente que, como projetistas, não podemos ser ingênuos em prever as proteções necessárias somente para as situações avaliadas, ainda em projeto, como sendo de risco. Devemos prover proteção para todas as ocasiões, considerando futuras intervenções na instalação.

A fim de se garantir a proteção contra choques elétricos, foram classificados dois tipos de proteção:

  • proteção básica – Esta proteção era chamada na edição anterior da norma de proteção contra contatos diretos. Exemplos de proteção básica: isolação, barreira, invólucro, limitação da tensão;
  • proteção supletiva – Esta proteção era chamada na edição anterior da norma de proteção contra contatos indiretos. Exemplos de proteção supletiva: equipotencialização, seccionamento automático da alimentação, isolação suplementar, separação elétrica.

Há também um tipo de proteção contra choques elétricos, chamado de proteção adicional, em situações nas quais o risco é mais elevado devido às condições do local e/ou do usuário. As proteções adicionais, são: equipotencialização suplementar e uso de DR de alta sensibilidade (30 mA).

As medidas de proteção contra choques elétricos estão claramente definidas há muitos anos, e tiveram apenas pequenas alterações. Todos estes conceitos da NBR 5410:2004 estão apresentados no livro Instalações Elétricas – 3ª Edição do Eng. Ademaro Cotrim, de 1992. Ou seja, muito antes de 1992 o Cotrim já disseminava os conceitos aqui apresentados em suas palestras e cursos, porém ainda hoje vemos tanto descaso por parte dos projetistas.

Caso tenha interesse em ler este mesmo assunto sob uma ótica mais técnica, é indispensável ler o artigo Medidas de Proteção Contra Choques Elétricos nas Instalações em Baixa Tensão – Parte 1 do Eng. João Cunha.

 

Mande suas críticas, elogios, sugestões aqui embaixo nos comentários!

 

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações Elétricas em Baixa Tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

CUNHA, João. MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES NAS INSTALAÇÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO – PARTE 1. São José dos Campos: Mi Omega, 2005. Disponível em: <https://miomega.com.br/ctd_noticias_detalhes.php?id=MjA=>. Acesso em: 04 jul. 2017.

COTRIM, Ademaro. Instalações Elétricas. 3. ed. São Paulo: Mcgraw-hill Ltda., 1992.

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